Quais tendências se confirmaram (e quais não), do nosso relatório “7 principais tendências de marketing digital para 2018”

Quais tendências se confirmaram (e quais não), do nosso relatório “7 principais tendências de marketing digital para 2018”

Ao final de cada ano, um movimento comum ao mercado de marketing digital é a publicação de relatórios de tendências para o ano seguinte. Agências e empresas relacionadas, listam suas apostas em práticas, técnicas e tecnologias que acreditam que vão ditar o passo do segmento no próximo ano e nos seguintes.

No final de 2017, publicamos em um ebook, a última versão do nosso relatório de tendências, num documento entitulado “7 principais tendências de marketing digital para 2018”. 

Recentemente, refizemos nosso site e, como é rotina todas vez que o reformulamos, fizemos uma revisão de todos os conteúdos que produzimos ao longo dos anos e ao me deparar com esse relatório, tive a idéia para esse post.

Quase 5 anos se passaram e como mencionei anteriormente, é comum e divertido lançarmos esse olhar para o futuro e imaginarmos como as pessoas e tecnologias irão se comportar. Mas quantas vezes olhamos para trás para entender se o que pensávamos estava correto? E se não estava, onde erramos e qual a lição que tiramos disso? O que aprendemos com esses “exercícios de previsão”?

Esse é o propósito desse conteúdo: validarmos e aprendermos com as suposições do passado para atingirmos melhores resultados agora e no futuro.

O que acertamos:

Crescimento das interações por mensagens

Nessa tendência, prevíamos que na esteira da interações em mídia social, os app de mensagens instantâneas ganhariam tração não só no contexto das conversas pessoais, mas também se tornariam uma importante e relevante ferramenta de negócios e comunicação de marketing.

Apesar de antever o fato, nem em nossos sonhos mais incríveis, imaginávamos a escala que isso teria (lembre-se que tal relatório foi feito antes das eleições de 2018).

Instant messaging não só se tornou uma ferramenta de negócios e marketing que encurta as distâncias, aumenta de forma prática a conversão e retém a atenção, como também contribuiu para moldar o cenário político brasileiro (e mundial), se tornando um componente poderoso dentro dele.

E os apps seguem evoluindo, e o próximo passo é incorporarem meios de pagamento para agilizar ainda mais as transações comerciais. Na China, o WeChat (app de mensagens instantâneas mais popular) evoluiu e se tornou uma especie de plataforma “all in one” onde o usuário é capaz de jogar, fazer compras e efetuar pagamentos e transferencias, além de trocar mensagens.

No Brasil, Whatsapp é o primeiro a se aventurar por esses caminhos. O Banco Central está em vias de aprovar a solução de pagamentos através do app, após muita expectativa e “idas e vindas”.

Aumento da utilização dos dados de Analytics

Hoje em dia parece inimaginável se tomar alguma decisão relativa ao futuro do seu negócio sem que ela esteja baseada em dados. Mas isso ainda não era uma unanimidade em 2017.

Segundo o relatório “The 2020 Global State of Enterprise Analytics”, 94% das empresas globalmente, afirmam que dados e analytics são importantes para o crescimento e transformação digital de seus negócios.

No Brasil, segundo o mesmo relatório, 60% das empresas usam dados e analytics para orientar a estratégia de negócios e impulsionar mudança, se equiparando a países como a Alemanha (45%) e Estados Unidos (54%) , nesse quesito.

No entanto, as tecnologias que permitem a extração, visualização e seleção de dados, assim como o uso de Inteligência artificial,  parecem não ter se difundido tão rapidamente. Um estudo realizado pela SAP, afirma que quase a metade dos gestores ainda analisa dados manualmente para a tomada de decisão.

Valorização da transmissão de vídeos ao vivo

Outra barbada: uso de vídeo ao vivo como ferramenta de marketing e conteúdo não para de crescer. Os custos de produção e transmissão caíram drasticamente ao longo dos anos (grande parte em função de avanços tecnológicos), o que colocou as Lives no centro da maioria das estratégias de conteúdo bem sucedidas.

E o que o já vinha crescendo de maneira substancial, ganhou novos e incríveis contornos com a pandemia global do Coronavírus. O Isolamento social fez com que Lives se tornassem eventos do cotidiano de todos e aceleraram o crescimento do segmento em anos.

De acordo com estudo feito pela 99 Firms, 80% das pessoas preferem videos ao vivo a blog posts (não desista desse, por favor!). 

Tal preferencia vem direcionando a próxima tendência desse segmento: Live Shopping. Plataformas como a Popshop Live e a brasileira Mimo Live Shopping vem experimentando o formato, que remete a uma evolução dos canais de televendas, como Shoptime ou Polishop (“1406”), nos tempos áureos da televisão.

Gigantes do Live streaming, como o Instagram, também já testam variações do modelo em suas plataformas.

O que erramos:

Crescimento da utilização dos chatbots

O caminho do marketing digital não é pavimentado apenas por sucessos: uma das grandes apostas do nosso relatório de 2017 eram os chatbots.

Naquele momento apostava-se que, com a evolução e barateamento de tecnologias como a inteligência artificial e o machine learning, os bots também se tornariam populares e seriam capazes de atuar nas mais diversas frentes, substituindo outras ferramentas e emulando interações humanas em diversas aplicações.

É bem verdade que hoje os bots são parte integrante da experiência digital de muitas empresas, em diversos níveis. No entanto a dificuldade de se replicar a diversidade e inúmeros contextos de uma experiência verdadeiramente humana, e a falta de acessibilidade de soluções realmente poderosas relacionadas à inteligência artificial, fizeram com que os chatbots não “brilhassem” tão rapidamente e de maneira tão reluzente quanto o mercado imaginava que fossem, nos últimos 5 anos.

Uuuuuu, na trave!

Aumento da complexidade do Inbound Marketing

Essa tendência compreendia nela, diversas frentes. Algumas relacionadas ao desenvolvimento de tecnologias, outras relacionadas a integração do mundo digital com o tangível. Algumas dessas “micro tendencias”, por assim dizer, tiveram sucesso outras não. Então consideramos essa previsão um “quase”.

Na mosca:

Influenciadores: assim como a tendencia indicava, o uso de influenciadores como multiplicadores de conteúdo de marca e como “professores” do uso de produtos e seus valores, floresceu. Tornou-se um mercado imenso e lucrativo, impulsionado pela tecnologia que permite a criação de conteúdo “barato”, e a multiplicação e popularização de diversas novas plataformas.

As forma de contratação desses influenciadores também mudou. Hoje existem empresas e plataformas como a Squid e a The Insiders, que ajudam a criar uma estratégia, e selecionar os influenciadores mais efetivos para a sua execução.

Diversificação de meios para se praticar Inbound: a todo momento, novas plataformas acrescentam novas nuances a miriade de possibilidades que podem ser adotadas para a entrega de conteúdo de marca. Um número grande plataformas de automação de marketing surgiram. O que barateou e popularizou a aplicação da metodologia, que em 2017 figurava como uma novidade a ser explorada.

Não foi dessa vez:

Experiências Ultra personalizadas: previmos que com a popularização de tecnologias de inteligência artificial, agencias e clientes de todos os tamanhos seriam capazes de automaticamente criar segmentações que levassem em consideração critérios comportamentais elaborados e dessa forma, criar também através de conteúdo, experiências ultra individualizadas e relevantes.

A tecnologia existe, mas ainda não está acessível para a maioria da empresas e para atingir tais níveis de relevância, ainda exige um nível de sofisticação em tecnologia e processos que não são tão acessíveis quanto imaginávamos que seriam a essa altura.

Integração dos meios on e off: as mesmas tecnologias também permitiriam que os gestores de marketing extrapolassem os limites dos ambiente digital e integrassem experiencias “offline” às online de maneira livre de ruídos. Também não estamos lá ainda, para a maioria das organizações.

Em resumo, entendo que parte do valor de se fazer analises de tendências, está na capacidade que ela nos dá de nos anteciparmos. Sairmos na frente e inovar, extrair valor do novo e nos prepararmos para o que estar por vir.

Mas parte importante do sucesso desse processo, também é colocarmos em cheque nossas suposições e medir acertos e erros. É isso que deixa nossas “ferramentas” de planejamento cada dia mais afiadas e permite aumentar nossa taxa de sucesso.

Se você tiver curiosidade e quiser dar uma “espiadinha” no passado – 5 anos na internet é uma eternidade =) – você pode encontrar o ebook aqui.

Fontes:

Ricardo Abellan

Estratégia e Resultados | Agência GDM